Se você notar bem enquanto anda na rua,
ou está sentado no ônibus, todas as pessoas que te cercam são extremamente
estranhas. Sempre vai ter aquela figura de idade mais avançada, que vai estar
trazendo consigo um minúsculo cachorrinho, e até mesmo aquele morador de rua
que toda vez que alguém passa á sua frente, grita alguma palavra monossilábica,
não sabemos se é para chamar nossa atenção, ou só para assustar mesmo. E mesmo
essas pessoas que não se destacam tanto na multidão, tem sempre uma
característica estranha, basta conhecê-las. Por isso o melhor exemplo de
pessoas estranhas que podemos dar são aquelas que estão mais perto de nós,
colegas, amigos e familiares.
Por exemplo: aquele momento em que
todos á sua volta estão em momento de meditação profunda e você só precisa
bater o olho nelas para saber que estão em uma dimensão completamente diferente
da sua. Há aqueles que se recostam na parede e quase começam a dormir, aqueles
que se mexem quase involuntariamente em um movimento de dança, e aqueles que de
tão concentrados quase caem da cadeira.
Existem também aqueles hábitos
estranhos que não estão incluídos na categoria do que chamamos de “brisar”. Por
exemplo, que nunca teve aquele amigo que nos momentos mais inoportunos, como no
meio da aula de inglês, ou enquanto jogam RPG, começam a cantar as músicas da
Dolly Guaraná. Ou aquele amigo completamente louco que resolve que quer subir
nas escadas rolantes que descem e descer nas escadas rolantes que sobem. E não
podemos esquecer daquele amigo que você até incorpora o hábito, de tanto tempo
que passa junto dele, e se pega falando algo como “Que bonito, que gostoso, que
legal”, ou “que feijão bonito!”. E é nesses momentos que você percebe que é um
caso perdido.
Todos temos hábitos estranhos: aqueles
que notamos e aqueles que só os outros percebem. Desde aquele tom de voz
engraçado, as risadas esganiçadas, e todas as caretas que as vezes nem notamos
e rezamos para que não notem também, mas que na verdade todos percebem, até o
modo incomum como dormimos, tudo é acrescentados naquela listinha mental que
todos temos, intitulada de “Hábitos Estranhos do meu Amigo”. Por isso enquanto
escrevia essa crônica comecei a pensar: será que as pessoas notam meus hábitos
estranhos? Ou será que eu mesma tenho conhecimento de todos eles? Por isso,
assim que terminar de escrever isso, vou ligar para algum amigo a perguntar: eu
sou assim tão estranha?